Croquis de uma mente [in]sana

20 setembro 2009


vontade louca de gritar e ensurdecer o mundo para que todos não ouçam seu choro e lamentos forte, e porque tenho que engoli-los a seco e sem ao menos um gole d´agua?
É hora de sair do [CHEGA] fechado, para o chega ecoado e aberto: ))CHeGA(( e que a sua vibração provoque ondas perturbadoras e talvez até mesmo estarrecedoras
É possível viver um só presente? Como meu Deus, se memórias, desejos, sonhos nos transportam para diferentes tempos? Além de do deslocar físico? Estou aqui em minha sala com a cabeça pensando em 3 anos atrás e logo no que será daqui 2 anos, pego o carro e saio em uma volta, deslocando-me fisicamente e mentalmente em sobreposições confusas e incertas com as certas.
De ti, tempo, só lhe peço uma coisa, não me obrigue a lhe dar certezas, pois essas me podam as possibilidades de sonhar e contar com os imprevistos que a vida nos dá.
Imprevistos como o doce sorriso da ingenuidade, assim como a despretensiosa vontade de se erguer e ficar de pé, o abraço carinhoso daquele que não te cobra nada e do nada, dos braços lançados ao ar querendo seu aconchego, considerando esse ato o tudo naquele momento.
Ao escrever isso, penso e chego a uma certeza, de o quanto a humanidade perde quando envelhece, a exemplo dos sentimentos puros e verdadeiros de uma criança, sua simplicidade, sinceridade e tantos outros clichês, que são clichês e mesmo assim continuam indiferentes e desapercebidos no nosso dia a dia.
McLuhan diz que a tecnologia é uma extensão dos sentidos do homem, o microscópio uma ampliação do olhar, o carro o de se deslocar, e pergunto: e a vontade de criar máquinas com sentimentos? Será que surge essa necessidade porque não a encontramos mais, tão acessível assim? E será que se tornará mais um produto "vendível"? Um i-feeling em vez de i-phone ou i-pod?
Pois é, por isso esse blog tem esse nome, croquis de uma mente [in]sana, porque talvez seria insano pensar isso, mas será que é tão distante? Por isso é bom não ter certezas, pois espero meu Deus, que nessas minhas colocações eu esteja completamente errado, e que externar o CHEGA seja essencial, pois é o alarme que tenho dentro de mim, dos meus sentimentos, e que ainda existem.
Assim como fala Clarice Lispector:
" O hábito tem-lhe amortecido as quedas. Mas sentindo menos dor, perdeu a vantagem da dor como aviso e sintoma. Hoje em dia vive incomparavelmente mais sereno, porém em grande perigo de vida: pode estar a um passo de estar morrendo, a um passo de já ter morrido, e sem o benefício de seu próprio aviso prévio."