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Quando eu nasci,
talvez não tenha sido anunciado,
mas sussurrado por um querubim,
que nem era tão chato assim,
pois dedilhava sua lira de um jeito safado.
Da sua melodia precisa e desarmônica
fez da sutileza um jeito de instigar
demonstrando a mim ao que estava predestinado.
Trago no meu jeito a forma silênciosa
de desenhar com os olhos a compreensão do meu ao redor
e da pouca fala o indício daquilo que há muito a ser falado.
Aparentemente não tem ninguém em casa,
pois as portas e janelas estão fechadas,
mas por detrás delas escondem um moleque prestes a aprontar uma arte.
Bastou bater palmas que o susto e a gargalhada escancaram.
Sossega moleque e volta para detrás
deste homem de barba, sério, simples e forte
que quase não conversa.
Vai carregar a bandeira, canta o seu hino
com sua melodia precisa e desarmônica
fezendo dessa sutileza de constrastes
um jeito de instigar a multidão
e quem sabe transformando-a em um batalhão
Com este hino preciso e desarmônico
para alguns soa de bom grado,
para tantos outros um desagrado e tanto,
mas a culpa é dele que dedilhou a sua lira de um jeito safado
e olha que nem era tão chato assim.
Em cada nota tocada e palavra solta com uma voz tremula, é como cada lembrança que vem diante dos olhos e se sobrepõe a realidade de hoje, o agora. Tudo sempre esteve no mesmo lugar, mas tanta coisa aconteceu, mas como pode tanta coisa e tudo continuar no mesmo lugar?
As mudanças, os acréscimos, as perdas estão em um lugar não visível mas perceptivo apenas por nós mesmos: cabeça e coração. As coisas ou situações ganharam um outro significado, passamos por traumas, alegrias, tristezas que agregaram no nosso ser e nos transformaram em uma outra "coisa", não somos e nem seremos mais o que éramos.
Encontramos na vida dobra e desdobras, onde cada ação gera uma reação, consequencias desencadeadoras de outras reações e que vão reverberando...ando...ando...e continuo andando. As vezes dá vontade de parar um pouco: não respirar, não pensar, não lembrar, não piscar os olhos, mas é impossível pois fica vazio.
Ou ao menos ficava, pois agora ao te olhar, ao ver seu sorriso, seu jeito consigo parar tudo e esvaziar, mas não de forma melancólica e negativa, pois assim como na música, a pausa, o silêncio é um dos sons necessários, as vezes é tão cheio e forte quanto qualquer nota tocada, pois cria a ansiedade, a expectativa ou o suspiro para poder sentir profundamente.
Sendo assim, sinto falta da pausa, do suspiro, do sentir e permitir esvaziar que consigo ter com você. Agora sozinho páro, mas sinto vazio, contigo, é o vazio mais cheio e pausa mais sonora que se pode ter.
Tempos que não posto, talvez fosse por não estar com "espírito" e estivesse em standby observando, aos poucos tento aprender que não adianta "varrer contra o vento"!
Pois é, duarante alguns dias em que varria calçada era impressionante pegar a vassoura e o vento começar assoprar e sempre do lado oposto ao sentido em que varria, mas diante da minha teimosia e vontade de me impor, queria fazer valer a minha vontade. Resultado, dias de raiva, estresse e folhas esparramadas. Alguns ao ler este post podem achar ridículo isso, afinal até eu pensei isso antes de escrever, e também continuaria pensando até que um dia pude perceber que não adiantava continuar daquele jeito "varrendo contra o vento".
Pode parecer óbvio, mas nesse dia resolvi mudar de estratégia e varrer a favor do vento, pois não deveria ser ao acaso aquilo, não preciso dizer, mas óbvio que direi (rs) que encontrava-me em uma nova situação, o vento que era o problema, virou agente contribuinte na ação, passou a ser o facilitador dessa e consequentemente aliviando e resolvendo toda uma situação irritante.
Mas o mais interessante não foi apenas a realização desta atividade, mas poder associar isso a nossa realidade e perceber o quanto automatizamos o pensar e o fazer, talvez o discurso não fosse o mesmo das nossas ações.
Desta forma passamos a crer nos famosos ditados populares: Murro em ponta de faca, Nadar contra a correnteza.... e por aí vai....as vezes a forma como encaramos determinados acontecimentos ou situações podem sempre nos parecer um problema, e volto a dizer: que assim como na física, tudo depende de um referencial. Talvez, assumindo outros referenciais, encarando a situação de outra forma e criando outra possibilidade para aquela situação (entendendo-a, avaliando e assim aproveitando ao seu favor) podemos revertê-la, pois em vez de nos bloquear, abrirá possibilidades para um crescimento, quem sabe novas conquistas.