Croquis de uma mente [in]sana

30 dezembro 2008

Em cada nota tocada e palavra solta com uma voz tremula, é como cada lembrança que vem diante dos olhos e se sobrepõe a realidade de hoje, o agora. Tudo sempre esteve no mesmo lugar, mas tanta coisa aconteceu, mas como pode tanta coisa e tudo continuar no mesmo lugar?

As mudanças, os acréscimos, as perdas estão em um lugar não visível mas perceptivo apenas por nós mesmos: cabeça e coração. As coisas ou situações ganharam um outro significado, passamos por traumas, alegrias, tristezas que agregaram no nosso ser e nos transformaram em uma outra "coisa", não somos e nem seremos mais o que éramos.

Encontramos na vida dobra e desdobras, onde cada ação gera uma reação, consequencias desencadeadoras de outras reações e que vão reverberando...ando...ando...e continuo andando. As vezes dá vontade de parar um pouco: não respirar, não pensar, não lembrar, não piscar os olhos, mas é impossível pois fica vazio.

Ou ao menos ficava, pois agora ao te olhar, ao ver seu sorriso, seu jeito consigo parar tudo e esvaziar, mas não de forma melancólica e negativa, pois assim como na música, a pausa, o silêncio é um dos sons necessários, as vezes é tão cheio e forte quanto qualquer nota tocada, pois cria a ansiedade, a expectativa ou o suspiro para poder sentir profundamente.

Sendo assim, sinto falta da pausa, do suspiro, do sentir e permitir esvaziar que consigo ter com você. Agora sozinho páro, mas sinto vazio, contigo, é o vazio mais cheio e pausa mais sonora que se pode ter.