Croquis de uma mente [in]sana

07 janeiro 2007

:: sonhador ::

"Amar, amar, amar só vale a pena se tu quiseres confirmar que um grande amor não é coisa pequena que nada é maior que amar"

Sonhador...ou um navegador? As vezes me deparo nesta dúvida, do que sou. Talvez ambos, um sonhador que navega por ilusões na esperança de ser feliz e que pelo caminho acredito encontrar um grande tesouro, mas que quando menos espero, é tomado pela circunstância.

Circunstâncias que levam consigo não apenas um tesouro, mas uma esperança, uma vontade e desejo de ali compartilhar sonhos. Desta forma cabe a este navegador tomar outro rumo e mais uma vez sonhar em outros horizontes. Mas o tempo passa, voa como os pássaros no horizonte que vão longe e conqusitam a liberdade.

Muitas vezes essa sensação de liberdade nos torna prisioneiros em uma cela muito mais fechada do que imaginamos: a solidão. Voamos por tantos lados, navegamos por tantos caminhos, mas ao percerbermos estamos aqui, sós, olhando para o sol que se põe no horizonte e pensando em todos os tesouros que passaram mas que as circunstâncias nos tiraram.

Uma das maiores lições que tive foi em uma experiência como viajante, pois em um quarto de pensão, fechado aparentemente mal cuidado, velho e quase como cortiço, me fez por segundos repudiar tal lugar. Mas estranhamente me deparei ajoelhado e em prantos pedindo perdão a Deus por tal sentimento ao ver sobre a cabeceira da cama, uma gravura do Menino Jesus com Maria e um galho de arruda fresquinho, que com certeza queria que fosse dado proteção a quem ali deitasse, outro evento foi verificar um pote para colher a água de uma possível goteira da pia que tinha no quarto, assim não manchando o chão acabado de ser encerado, ao abrir o armario velho uma surpresa, cobertores perfurmados...neste instante percebi ali, o quanto estava sendo injusto e deixando de valorizar naquelas coisas pequenas o quanto de amor existia.

Quantas vezes fazemos isso em nossas vidas? Deixamos passar desapercebido coisas pequenas mas que demosntram uma imensidão? Mais uma vez retomo a questão do TEMPO, pois não paramos para olhar e ver cada detalhe, fazemos leitura dinâmica de tudo que passa a nossa frente. Como um sonhador navegante, a partir deste evento passei a caçar estes tesouros, dar valor a essas coisas pequenas.

Mas infelizmente coisas pequenas não são valorizadas, assim como um amor, um carinho, considerados como coisas pequenas que as vezes já bateram a nossa porta, e era justamente aquela que esperávamos a vida inteira, mas que não soubemos dimensionar o suficiente para torná-la grande e eterna, passando mais uma vez como mera coisa pequena e fazendo deste sonhador, mais um vez....um navegante errante.

ps.: Na foto se reparar nos detalhes verá que não são apenas folhas.