Croquis de uma mente [in]sana

14 agosto 2007

:: Esboços inacabados ::



Estranha sensação de estar suspenso no ar, talvez seja pelo excesso de acontecimentos, informações, situações - situações - ações.
Ações que por mais positivistas que sejamos, aonde chegaremos? Fechar os olhos e deixar uma imagem turva dominar, poderia aliviar ao menos as informações que nos chegam nos olhos e assim digerir o que se sente e [re]construir o que ficou aqui dentro.
Talvez isso pode piorar um pouco mais a situação, pois a saudade e as lembranças transbordam, mas podem se converterem em referências e elementos motivadores para nos impulsionar para frente.
Entramos em uma zona perigosa, limítrofe da depressão e motivação, praticamente uma brincadeira de roleta russa com os próprios sentimentos. Mas a condição cômoda de aceitarmos as coisas como nos chegam e de maneira passiva nos impede de crescer e aceitar sem esbravejar, questionar ou meramente refletir sobre, nos transforma em um ser tão besta sem controle do próprio destino. Pois desta forma a estabilidade nos coloca numa situação de domínio e controle próprio, já que o inesperado nos provoca uma sensação extrema, desequilíbrio, dúvida, incertezas e para que né?
Cada vez mais aprendo e faço isso percebendo que viver é coletar ao longo do caminho pedras e pistas a serem decodificadas somente por nos mesmos. Temos como incógnita ou mistério a ser desvendado o nosso próprio futuro, mas as pistas presentes no presente são capazes de nos possibilitar a construção prévia de ao menos uma hipótese para tal.
Quem sabe somos no presente a revelação do mistério que nos aguarda no futuro? Nossa, mas pensar nisso para que? Se eu mesmo digo que temos o dom de complicarmos as coisas, então para que ficar pensando nas coisas? É que pensar não quer dizer complicar, mas sim facilitar e simplificar futuros transtornos, dificuldades...enfim.
É fácil exemplificar isso, se tenho uma porção de comida e estou perdido no deserto, vou comê-la tudo de uma única só vez? Se agir pelo impulso da fome claro....num sei se amanhã vou estar vivo ainda....mas se pensar um pouco, de grão em grão....nem preciso dzier quem enche o bico e vai sobrevivendo....Portanto, de tempo em tempo, páro, penso e reflito fechando os olhos e reestruturando o meu ser....
"Não é que vivo em eterna mutação, com novas adaptações a meu renovado viver e nunca chego ao fim de cada um dos modos de existir. Vivo de esboços não acabados e vacilantes. Mas equilibro-me como posso, entre mim e eu, entre mim e os homens, entre mim e o Deus." Clarice Lispector

1 Comments:

At 7:23 PM, Blogger Antonio said...

Com o esmagamento do tempo/espaço que vivemos agora na modernidade, ou pós-modernidade como gostam uns, fica cada vez mais difícil pararmos e reavaliarmos a nossa existência..isso complica bastante as coisas!..acho que vivo esse dilema..tudo muito rápido e impulsivo...ainda não sei se é bom!
não tive tempo para avaliar..rs
Muito bacana seu blog!!

 

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