Croquis de uma mente [in]sana

19 março 2008

:: Labirinto de Vidro ::



Estranho acordar e ao se levantar perceber que está rodeado por paredes de vidro, pois antes de deitar, tinha certeza que estava em meu quarto confortável, E AGORA?

Angústica que me consome por nao entender o porquê. Sonho, verdade ou o quê? A cada passo que dou por entre essas paredes de vidro sempre encontro apenas pares de possibildiades, direita ou esquerda, para frente ou para trás. Alucinante, louco, perturbador, pois o vidro não me ajuda em nada a entender para onde vou, só me cria falsa ilusão com seus reflexos, manchas e vultos, meus ou de quem? Essa sua transparência cria uma possibilidade impossível, vejo além, mas não posso transgredir, apenas seguir, suas paredes criam uma dimensão paralela a real, devido as sobreposições. O que faço?

Sentimentos perturbadores provocados ao acordar de um coma gritam na cabeça. Coma criado a partir de uma crença em uma realidade fantasiada a meu favor. Agora jogado à realidade coletiva, percebo que aquilo nada mais era que um sonho esteriotipado onde todos os defeitos, falhas e contradições foram maquiados e ocultados. Mas continuo olhando para os lados e vejo nas paredes de vidro apenas minhas imagens refletidas, agora não estou só, mas repleto de "eu's" que me observam e me encaram constantemente para toda direção que vou. Sigo em frente para entender, o que encontrarei na saída? Mas qual saída? Existe saída?

Vejo-me projetado nas paredes de vidro mas que me inserem além de onde já estou, ou seja, em uma possibilidade além do espaço atual que me encontro, será uma visão otimista e estimuladora para continuar? mas nada muito definido, pois a paisagem de fundo é praticamente não linear em seus contornos, praticamente expressionista.

Se votlar para a posição de origem, retomo ao meu coma, mas se continuo, posso criar uma outra realidade diferente da que estava, pois neste labirinto de vidro, não se está só. Pois em um labirinto comum, as paredes opacas me conduziriam sozinho e jogariam em duas possibildiades, mas neste de vidro, vejo minha imagem diversas vezes, e ver que existe possibilidade por ali, mas como chegar ali naquele outro lado, sem antes sair daqui, cria a angústia alucinante, quase que a sensação de estar amarrado.

Mesmo não acordando no meu quarto confortável e sim, neste labirinto de vidro, lanço-me angustiado, mas liberto de estar preso em mim mesmo, pois agora não estou mais dentro de mim em um coma, pois me tirei para fora e coloquei-me em reflexos externos a minha cabeça e peito, associados a paisagens possíveis que me levarão a saída ou chegada de algum lugar.