Croquis de uma mente [in]sana

31 outubro 2007

:: Gavetas emperradas ::

As vezes cometemos erros e de forma consciente de que são, mas cuja sua intenção original não é a de prejudicar alguém, é que nos sentimos pressionados por um contexto, que como em uma onda nos engole ferozmente em um instante, acuados, nos vemos obrigados quase que por um instinto de sobrevivência a cometê-los.

Em uma titude estúpida, tomada por medos passados e que o usamos como referência , e consequentemente generalizando, caimos em mais uma armadilha, pois como diz o ditado popular, um raio não cai duas vezes no mesmo lugar.

Pois é, quando este cai, transforma a vida que ali existia em cinzas, e dificimente volta a brotar alguma outra, ou ao menos uma muda de esperança. Esta, quando brota, é muito tímida, aos poucos vai aparecendo e tomando forma, se contorcendo e tentando driblar o propópio ar que a envolve, com medo de ser tocada novamente, pois carrega em si, uma memória gravada quase que em seu DNA a lembrança de que talvez algo volte a queimá-la subtamente.

É estranho como as vezes insistimos em um erro, mesmo já vivenciado anteriormente, parece que nos colocamos como em um desafio para testar a imunidade sobre aquele. O pior de tudo é quando percebemos que não estávamos imunizados, aí só nos resta tomar consciência disso e verificar as possibilidades para um diagnóstico.

Muitas vezes sabemos como será o final, mas mesmo assim insistimos em querer ver como desta vez será, é como observar o pôr do sol, mesmo sabendo que este vai aos poucos escondendo no horizonte, a cada dia o faz de uma maneira diferente, sejam pelas luzes, nuvens ou sentimentos que ali empregamos, dependerá de como olhamos esse ato.

Assim como um erro, talvez este não seja algo crucial, só vale a pena perceber de como será olhado, suas sombras, escuridões, maldades ou quem sabe luzes, tonalidades, nuances. Dependerá de um referencial, lá vem a fisica, poxa vida, achei que não iria mais usá-la. Sim, está aqui e de forma não mais como um exercício teórico a ser resolvido, mas sim como um postura a ser adotada diante de uma realidade e condução de nossas vidas e de maneira a ser colocada em prática.

Erros, teorias, histórias que muitas vezes compartimentamos e guardamos em gavetas de maneira fragmentada dentro de nós, não correlacionando e criando um sistema complexo de dados e informações, será que é certo isso? até a informática hoje em dia possibilita cruzarmos informações. Lembro-me quando vi a Vênus de Milo atravessada por gavetas do Salvador Dali.

Quando erramos, será certo ser julgados e avaliados apenas por um enfoque? Não que pretendo desenvolver uma teoria de que o erro é certo e se justifica, mas que ao menos antes, devemos observar e tentar compreender o que se passa e diante deste contexto, aí sim avaliar se foi um erro, pois poderia muito bem ter ser um acerto naquele dado momento.

Pensar...pensar..pensar.